Se a mente é uma só, por que há tantas teorias psicológicas para entendê-la? Como um cérebro conversando com outro pode gerar mudanças que podem amenizar ou curar transtornos mentais?
Essas, definitivamente, não são perguntas fáceis de serem respondidas. Encontrei no Mind Hacks a dica de um interessante artigo da Nature que aponta para a importância, à luz das atuais descobertas sobre o cérebro, de uma tentativa de unificar neurociência/neurofisiologia e teorias psicológicas: Psychological treatments: A call for mental-health science
Moreover, despite progress, we do not yet fully understand how psychological therapies work — or when they don’t. Neuroscience is shedding light on how to modulate emotion and memory, habit and fear learning. But psychological understanding and treatments have, as yet, profited much too little from such developments.
No final do século XIX, antes de falar de Complexo de Édipo e Inveja do Pênis, Sigmund Freud era um jovem e promissor neurocientista. Seus estudos sobre o sistema nervoso de lampreias quase o levaram a descobrir o neurônio. Transformando uma história longa em curta: não podendo avançar na compreensão anatomofisiológica do sistema nervoso central humano – por limitações metodológicas da época -, Freud resolveu seguir o sentido contrário, tentando adivinhar como os processos cerebrais funcionavam a partir de seu resultado último: as emoções.
(Um ótimo relato da saga de Freud pode ser lido no ótimo livro The Age of Insight, que já citei aqui.)
Que desmaiem os lacanianos, mas vivo dizendo que, vivo fosse em nossos tempos, Freud seria um neurocientista, provavelmente estudioso de neuroanatomia funcional.
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